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Daqui em diante, você encontrará muitos outros artigos sobre psicologia. A finalidade da Psicoterapia é entender o que está ocorrendo com o cliente, para ajudá-lo a viver melhor, sem sofrimentos emocionais, afetivos ou mentais. Aqui você encontrará respostas sobre a PSICOTERAPIA - para que serve e por que todos deveriam fazê-la. Enfim, você encontrará nesses artigos,informações sobre A PSICOLOGIA DO COTIDIANO DE NOSSAS VIDAS.

CUIDADO, VOCÊ PODE ESTAR SENDO MANIPULADO!


Pelo simples fato de vivermos em sociedade, há uma enorme chance de sermos manipulados (ou manipularmos) por uma outra pessoa. Todos buscamos uma maior segurança e possibilidade de sobrevivência, o que é mais facilmente alcançável se houver a colaboração entre todos. No entanto, manipular pessoas psicológica e emocionalmente parece ser, infelizmente, para muita gente, um dos pilares sobre os quais se consegue maior domínio sobre o outro e assim, a ilusão de estar mais seguro.

A manipulação psicológica é a prática de influenciar indevidamente a alguém, com a intenção de tomar-lhe o poder, controlá-lo e obter benefícios e privilégios às custas desta vítima, seja por distorção mental e/ou exploração emocional.

A manipulação é o “pão de cada dia” da sociedade na qual vivemos e todos, querendo ou não, já sofreram com ela ou a praticaram em algum momento. Então, é importante identificar a diferença entre a influência social saudável e a manipulação psicológica: a influência social saudável ocorre entre a maioria das pessoas e è parte do "dar" e "receber" das relações construtivas; por sua vez, na manipulação psicológica, uma pessoa é usada em benefício da outra. O manipulador cria, deliberadamente, um desequilíbrio de poder e explora a vítima para servir às suas necessidades.

Para ficar bem claro, podemos considerar o seguinte:

As fontes mais frequentes de poder são Bens Materiais (que significa qualquer coisa que represente posse), Informação, Tempo e Afeto / Reconhecimento. Na busca de mais poder sobre o outro, o manipulador dá, nega ou controla Bens Materiais, Informação, Tempo e Afeto / Reconhecimento para obter da vítima, através do medo, culpa ou suborno, mais Bens Materiais, Informação, Tempo e Afeto / Reconhecimento. Graficamente podemos representar assim:


Processo de Manipulação Psicológica e Emocional


Aprender a detectar a manipulação emocional e psicológica implica em poder evitá-la, e para isso, a primeira coisa a se fazer é saber como ela realmente acontece. Abaixo estão algumas formas de manipulações habituais usadas para coagir os outros e colocá-los em posição de desvantagem. Evidentemente, nem todos que agem dessas maneiras estão deliberadamente tentando manipular - algumas pessoas simplesmente têm maus hábitos. Ainda assim, é importante reconhecer esses comportamentos e situações onde seus direitos, interesses e segurança estão em jogo. As formas de manipulações são:

1. Vantagem do Ambiente Privilegiado: O manipulador pode insistir que você se encontre com ele e para, então, interagir num espaço físico em que ele possa exercer mais domínio e controle. Os locais comuns para isso são o escritório do manipulador, casa, carro ou outros espaços onde ele se sente dono e tem mais familiaridade – algo que falta a você.

2. Prospecção e/ou Investigação: O manipulador estimula e permite que você fale primeiro para estabelecer sua linha de pensamento e procurar as suas fraquezas. Muitos vendedores fazem isso ao tentar vender algo para você, fazendo perguntas gerais e sondagens. Com isso estabelecem uma linha de pensamento e comportamento, a partir da qual eles avaliam seus pontos fortes e fracos. Este tipo de questionamento com intenção não revelada também pode ocorrer no local de trabalho ou em relacionamentos pessoais.

3. Manipulação de Fatos: Manipula-se fatos de várias maneiras tais como mentindo, pedindo desculpas, culpando a vítima por causar sua própria vitimização, deturpando a verdade, divulgando ou retendo informações estrategicamente, exagerando, subestimando, adotando um viés unilateral da questão e várias outras formas.

4. Oprimir Com Fatos e Estatísticas: Alguns indivíduos fazem uma espécie de "bullying intelectual", presumindo serem especialistas e mais experientes em determinadas áreas. Eles se aproveitam de você ao impor fatos, estatísticas e outros dados que você talvez saiba pouco. Isso pode acontecer em vendas, situações financeiras, discussões e negociações profissionais além dos relacionamentos interpessoais e sociais. Acreditando terem mais conhecimentos específicos do que você, os manipuladores esperam lhe pressionar com isso pois imaginam-se mais convincentes. Algumas pessoas usam esta técnica sem outra razão senão sentir um sentimento de superioridade intelectual.

5. Inibir o Outro Com Procedimentos e Burocracia: Certas pessoas usam a burocracia (papelada, procedimentos, leis e regulamentos, comitês e outros obstáculos) para manter sua posição e poder, ao mesmo tempo em que tornam sua vida mais difícil. Essa técnica também pode ser usada para atrasar a descoberta de fatos e a busca da verdade, ocultar falhas e fraquezas e escapar de decisões supostamente desfavoráveis ao manipulador.

6. Levantar a Voz e Expressar Emoções Negativas: Há quem levante a voz durante as discussões como forma de manipulação agressiva. A suposição costuma ser a de que ao levantar a voz o suficiente ou exibir emoções negativas, você vai se submeter à sua coerção e dar o que ele quer. A voz agressiva é frequentemente combinada com uma linguagem corporal igualmente agressiva.

7. Surpresas Negativas: É comum o uso de surpresas negativas para colocar a vítima em desequilíbrio, e assim ganhar uma vantagem psicológica. Podem ser usadas numa situação de negociação, numa tentativa da pessoa em alcançar algo a mais para si mesmo, sendo que ao ter uma surpresa negativa, passa a acreditar que não será capaz de alcançar. Normalmente, as informações negativas inesperadas vem sem aviso, então você tem pouco tempo para se preparar e à ela adaptar-se.

8. Pouco ou Nenhum Tempo Para Decidir: Esta é uma tática comum, onde o manipulador coloca pressão sobre você para tomar uma decisão antes de você estar pronto. Ao aplicar tensão e controle, ele imagina que você vai "rachar" e ceder às demandas dele.

9. Humor Negativo Programado Para “Cutucar” Suas Fraquezas e Diminuir o Seu Poder Pessoal: Alguns manipuladores gostam de fazer comentários críticos, muitas vezes disfarçados de humor ou sarcasmo, para fazer você parecer inferior e menos seguro. Os exemplos podem incluir qualquer variedade de comentários que vão desde a sua aparência, o modelo antigo de seu celular, a sua condição financeira ou simplesmente o fato de você chegar dois minutos atrasado e sem fôlego. Fazendo você ficar mal, o agressor espera impor superioridade psicológica sobre você.

10. Julgar e Criticar Provocando Sentimento de Inadequação: Diferente do anterior onde o humor negativo disfarça a má intenção, aqui o manipulador declaradamente lhe desmerece. Fazendo isso constantemente, marginalizando-o e ridicularizando-o, ele tira o seu equilíbrio e consegue manter a sua superioridade. O agressor promove, deliberadamente, a impressão de que sempre há algo errado com você, e que não importa o quanto você tente melhorar pois nunca será bom o suficiente. Significativamente, o manipulador enfoca o negativo sem fornecer soluções genuínas e construtivas, ou sem oferecer maneiras significativas de ajudar.

11. O Tratamento Silencioso: Ao deixar de atender as suas ligações ou responder as suas chamadas, mensagens de texto, e-mails ou outras formas de contato, o manipulador presume possuir poder, fazendo você esperar e pretendendo colocar dúvidas e incertezas em sua mente. O tratamento silencioso é um jogo mental onde o silêncio é usado como uma forma de alavancar poder.

12. Fingir Ignorância: Esta é a tática clássica de "fazer-se de bobo". Ao fingir que não entende o que você quer, ou o que você quer que ele faça, o manipulador faz você assumir o que é da responsabilidade dele. Algumas crianças usam esta tática para atrasar, parar e manipular adultos para fazerem por eles o que não querem fazer. Alguns adultos usam essa tática também quando têm algo a esconder, ou obrigação que desejam evitar.

13. Vitimização: As formas mais comuns de vitimização são o exagero dos problemas pessoais ou de saúde reais ou imaginários, a dependência, a codependência, a revelação de que é frágil para suscitar simpatia e favores, agindo de modo errado, sendo fraco, impotente ou um mártir – nesses casos, pode inclusive, ser tudo falso.

Enfim, fica evidente que a finalidade do manipulador é, na maioria das vezes, explorar a boa vontade da vítima, deixá-la com a consciência culpada, estabelecer um senso de dever e obrigação ou um instinto protetor e nutridor, a fim de extrair benefícios e concessões não razoáveis.

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Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar

  • Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais. Psicólogo de linha humanista com acentuada orientação junguiana e budista. Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
  • Consultório próximo à estação de metrô Vila Mariana. Atendimento de segunda-feira aos sábados.
  • Atendimentos presenciais e por internet.
  • Marcação de consultas pelo tel. e whatsapp 11.94111-3637.

ADOLESCENTES E PSICOTERAPIA

Sinal dos tempos: está havendo, por parte dos adolescentes, uma maior procura por psicoterapia pois almejam o autoconhecimento e a aquisição de conhecimentos sobre a maneira de pensar, sentir, agir e reagir. Nesse artigo, compartilharei alguns aspectos valiosos de minha experiência com adolescentes, esse grupo de pessoas especiais e surpreendentes, e que expressam comportamentos, pensamentos e emoções que variam na escala do “nem são crianças – nem são adultos”.

Os pais querem ver seus filhos bem ajustados, felizes, bem sucedidos e socializados, mas essa é uma condição difícil para os adolescentes pois também estão lidando com a pressão dos colegas, alterações hormonais, expectativas acadêmicas, ideais familiares e o próprio processo de autodescoberta – tudo ao mesmo tempo!!!

A boa notícia é que os adolescentes atuais não mostram preconceito com relação à psicoterapia. A maioria concorda que fazer terapia não significa que a pessoa é louca! Pelo menos 1 em cada 5 adolescentes (20%) têm indicações de psicoterapia, e isso é bem compreensível. Por exemplo, se você quebrar sua perna, você vai a um ortopedista. Se você tem uma dor de ouvido, você vai ao otorrinolaringologista. Se você está deprimido, ansioso ou precisar de alguém para conversar, você vai a um psicoterapeuta cuidar de sua saúde mental.

A saúde mental refere-se, simplificadamente, a como a pessoa age, sente e pensa em diferentes situações. Pode-se dizer que os adolescentes têm problemas de saúde mental quando suas ações, sentimentos ou pensamentos criam regularmente obstáculos em suas vidas. Todo mundo tem momentos em que pensam ou sentem algo que não gostam. Outras vezes, as pessoas fazem coisas que outros não gostam. Ambas as situações são normais, mas quando os indesejados pensamentos, sentimentos ou ações frequentemente criam problemas, há a necessidade da avaliação de um especialista. E quais são, de modo geral, os problemas mais frequentes que os adolescentes apresentam?

As mais frequentes dificuldades dos adolescentes podem ter diversas causas, tais como:
  • Insegurança pessoal: Os adolescentes estão numa fase em que a autoestima pode sofrer alguns “bombardeios”, deixando-os inseguros ou agressivos.
  •  Violência: Quando algo ruim acontece com uma pessoa, ou vêem algo de ruim acontecer, eles podem desenvolver uma dificuldade de comportamento, sentimento ou pensamento ligada ao tema.
  • Sexualidade: Esse tema pode ser considerado o mais frequente. São muitas dúvidas sobre sexualidade que afetam o bem estar e a segurança pessoal.
  • Estresse e ansiedade: Todo mundo fica estressado. Alguns estresses podem ser até ser úteis (como motivar você para estudar para a prova). Mas outros podem causar problemas.
  • Perder um relacionamento: Se alguém próximo a você morre, afasta-se ou não quer mais ser amigo(a) / namorado(a), é normal sentir-se triste ou solitário(a). Geralmente, esses sentimentos melhoram ao longo do tempo, mas também podem se agrava ou afetar outras partes de sua vida.
  • Condições médicas: Algumas condições médicas podem fazer você pensar, sentir ou agir estranhamente.
  • Problemas de humor: Nesse grupo incluem-se a depressão, tristeza, irritabilidade e perda de interesse ou prazer por várias atividades.
  •  Transtornos alimentares: Bulimia e anorexia, a preocupação com a imagem corporal quando exageradas merecem atenção especial.
  • Conduta: Comportamentos repetitivos de contrariedade a normas e padrões sociais, conduta agressiva e desafiadora merecem uma reflexão e eventual mudança.
Eu trabalho com adolescentes a partir dos 14 anos e percebo que eles, inicialmente, se sentem desconfortáveis ao falar dos seus problemas. É absolutamente normal sentir uma estranheza ao falar sobre coisas sensíveis e pessoais. À medida em que se acostumam com o psicoterapeuta, seguem de modo mais confiante e relatam facilmente suas necessidades e desejos. Adolescentes querem falar de si e gostam de ser o centro das atenções. O terapeuta tem que dar a condição para que o jovem discuta sobre sua vida. Isso pode, às vezes, não incluir familiares ou problemas escolares; por outro lado, seus amigos, seus sonhos e objetivos, seus sentimentos e suas frustrações são, com certeza, os temas favoritos de discussão.

Adolescentes facilmente se envergonham. Eles estão numa idade em que a autoestima e confiança está ainda se desenvolvendo. Quaisquer dúvidas ou atividades que os coloquem em ameaça produzirão posturas defensivas e progresso difícil na psicoterapia. Eles precisam se sentir respeitados e valorizados para que o processo funcione. A confidencialidade da terapia, por exemplo, é essencial para o sucesso do tratamento, logo, é necessário definir claramente o que é da competência dos pais, sendo necessário haver fidelidade entre o adolescente e seu terapeuta.

Minha abordagem é a Psicoterapia Individual, onde o adolescente se encontra sozinho comigo para falar sobre seus problemas. Cada sessão dura cerca de 50 minutos e, certamente, poderei pedir-lhe que identifique seus sentimentos e seus problemas. Às vezes, recomendo um "dever de casa" para ajudá-lo a lidar com os problemas. Tudo que é dito na terapia é confidencial, a menos que eu tenha fundamentos para acreditar que o jovem pode se machucar ou a alguém.

Dicas finais:
  • Os adolescentes não podem ser forçados a fazerem psicoterapia, seja qual for o motivo.
  • O terapeuta não vai resolver os problemas do adolescente, mas dará o suporte para que ele mesmo faça isso. A terapia é útil se você trabalhar duro com o terapeuta. O terapeuta vai apoiá-lo, e sugerir formas úteis para trabalhar em problemas. Mas se você não trabalhar para resolver o problema, a terapia não vai funcionar.
  • Não aceite, em hipótese alguma, contatos de ordem sexual. Se houver alguma tentativa, diga “não” e conte a seus pais. Qualquer tipo de contato sexual na psicoterapia é inadequada.

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Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar

  • Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais.
  • Psicólogo de linha humanista com acentuada orientação junguiana e budista.
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